Acadêmica Giovana Damaceno lançará novo livro. "Alguém pra segurar a minha mão" será publicado pela Editora Penalux e está em pré-venda.
“Se morrer é um evento natural da vida, não podemos tirar das pessoas o direito de morrer em paz”. Essa foi uma das inúmeras frases marcantes que a jornalista Giovana Damaceno ouviu em horas de entrevistas e em visitas domiciliares, acompanhando o médico José Antônio Pereira Fernandes, do Serviço de Atenção Domiciliar de Volta Redonda/RJ. Tudo o que a jornalista apurou está no livro “Alguém pra segurar a minha mão”, que a Editora Penalux colocou em pré-venda esta semana.
Trata-se de um livro-reportagem, cujo projeto nasceu da compreensão de que pacientes terminais têm direito a morrer dignamente. Amiga pessoal do médico José, a jornalista conheceu o trabalho do SAD, que assiste esses pacientes em casa, até que encerrem seu ciclo, permitindo que se desliguem da vida naturalmente, com apoio e amparo da família e, por mais que possa parecer contraditório, com qualidade de vida, até o momento final.
— É difícil explicar, quando me perguntam “sobre o que é seu livro?”. É sobre a morte, mas não exatamente sobre a morte; é sobre o conceito de boa morte, a que todo ser humano tem direito: sair de cena suavemente, em casa, acolhido pelos familiares, com alguém querido a segurar-lhe a mão – Giovana tenta esclarecer.
Além de acompanhar as visitas domiciliares da equipe do SAD e entrevistar o médico e outros profissionais envolvidos, a jornalista mergulhou em pesquisa em literatura – livros e artigos produzidos por especialistas em cuidados paliativos, para conhecer tanatologia, entender ortotanásia, saber da origem dos cuidados paliativos e como se espalharam mundo afora. Giovana também dedica um capítulo à medicina, ao médico levado à condição de Deus e sua dificuldade (não revelada) em lidar com o fracasso da perda de seus doentes.
A jornalista acompanhou vários pacientes, esteve perto em seus dias e minutos finais e no livro relata três histórias que emocionam, por exibir a realidade como ela é e, segundo ela, como deveria ser para todos. Como declara no livro, “em princípio pensei ser forçoso tentar naturalizar a morte, contudo me dei conta de que não é possível naturalizar o que já é natural”.
O trabalho de Giovana é de testemunho da luta de profissionais em cuidados paliativos para uma mudança cultural que sacode o maior de todos os tabus da sociedade. A pandemia de coronavírus, cujas vítimas da Covid-19 morrem em sofrimento, agonizando em insuficiência respiratória, torna ainda mais evidente a importância de um ente familiar ao lado, segurando suas mãos, necessidade já destacada por médicos e enfermeiros que estão na linha de frente nos hospitais.
— Morrer sozinho, em qualquer circunstância, é muito triste. Com a óbvia exceção de ene outros casos, se a pessoa cumpre todo seu ciclo de vida e com certeza vai chegar a hora de encerrá-lo, por que não na sua cama, na sua casa, perto de quem ama? – questiona – No caso da Covid-19 é ainda pior: o paciente morre em agonia, com insuficiência respiratória, e sem ninguém por perto, segurando sua mão, fazendo uma prece, ou simplesmente junto. É cruel.
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